Os anos passam e as dores aumentam. Essa máxima é conhecida por todos, sendo a ‘’dor nas juntas’’ uma das queixas mais frequentes. A artrose é a condição clínica que explica a queixa acima, sendo uma doença de caráter degenerativa, tendendo à piora com o tempo e ausência de tratamento. Apesar disso, existem maneiras de intervir e melhorar o quadro, de modo que não se torne um problema ainda maior na vida do paciente.
O cerne por trás da fisiopatologia da Artrose está na degeneração da cartilagem articular. A cartilagem é um tecido especializado que encontra-se em diversas partes de nosso corpo (nariz, orelhas e nas próprias articulações). Sua utilidade está no fato de que esse tecido maleável diminui o atrito ósseo, de maneira que durante o movimento não haja dor ou rigidez.
Com o tempo, no entanto, este tecido acaba sofrendo diversas lesões. Por ser avascular(não contar com aporte de sangue), há uma dificuldade na regeneração da cartilagem, piorando na melhora do quadro. A lesão contínua (LER ou Lesão por Esforço Repetitivo) destrói aos poucos o tecido, fazendo com que não haja proteção para os ossos durante o movimento(atrito).
A maior diferenciação do diagnóstico de artrose deve ser feita com o quadro de Artrite. Apesar das semelhanças, são essencialmente diferentes:
→ A artrite conta primariamente com inflamação da sinóvia (tecido que envolve as paredes da cápsula articular). É uma doença de caráter inflamatório e autoimune(o corpo usa seus mecanismos de defesa para atacar a si mesmo). Através disso, poderá ocorrer destruição da cartilagem , ocasionando a dor articular. Esta dor e rigidez é pior pelas manhãs, pois a inflamação está toda acumulada no local. Após movimentação, tende a melhorar.
→ A artrose é uma doença degenerativa e progressiva, com dano à cartilagem por lesões mecânicas. Embora exista um pequeno componente inflamatório, não é a causa principal. A dor é pior à noite, principalmente em pacientes que trabalham em empregos fisicamente extenuantes(pedreiros, marceneiros).
A artrose é uma doença que infelizmente não possui uma cura definitiva até o momento. No entanto, existem tratamentos que podem ser prescritos visando uma melhora sintomática e funcional. Alguns pontos a serem destacados no tratamento:
Lembrando sempre que estes devem ser prescritos e orientados por um profissional especializado. O fortalecimento muscular auxilia muito na sustentação do corpo, impedindo que muito stress seja colocado sobre as articulações. Um exemplo é o treino do músculo quadríceps para casos de artrose do joelho.
Além disso, treinos aeróbicos visando a perda de peso são úteis pelo mesmo motivo citado acima(diminuição do stress articular).
Em casos de artrose moderada, pode ser feita uma infiltração com ácido hialurônico visando diminuir o atrito e a dor. É usado especialmente no joelho, embora bons resultados tenham sido vistos em outras articulações.
A maioria das medicações utilizadas é para o controle da dor. Entre elas, antiinflamatórios não esteroidais(cetoprofeno, ibuprofeno) são boas opções. O problema fica por conta dos seus efeitos adversos na mucosa estomacal e na função dos rins. Além destes, alguns médicos utilizam condroitina e glucosamina, embora estas medicações sejam alvo de diversos debates acerca de sua utilidade.
Existem outras terapias adjuvantes no tratamento da artrose, como a hidroterapia, a termoterapia , yoga e massoterapia, por exemplo. Todas elas visam a melhora sintomática e apresentam benefícios aos pacientes que as utilizam. O importante é que o tratamento seja feito, sempre, em várias frontes.
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